O setor de alimentação fora de casa ou “food service” foi um dos mais machucados durante a pandemia. Alguns estabelecimentos ficaram totalmente paralisados nesse período, como é o caso das cafeterias. Elas não tiveram a mesma capacidade de se adaptar à dinâmica do delivery, como as redes de fast food, até pela natureza do produto que comercializam. E a volta à normalidade trouxe uma situação díspar entre os players desse segmento: enquanto alguns estão mal das pernas, outros expandem os negócios. O que explica essa diferença?
Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, consultoria do setor de varejo, define a cafeteria como um local de passagem. “É um ponto de parada ou de encontro para pessoas que estão em movimento, geralmente na rua ou em um shopping center”, afirma. Ele explica que o confinamento afetou o segmento de forma generalizada, mas a forma como essas empresas entraram e saíram do período pandêmico está definindo vencedores e perdedores nos dias de hoje.
“Depende da estrutura de capital que elas tinham quando entraram na pandemia e do quanto estavam alavancadas na saída”, diz Serrentino. O especialista lembra que houve “muita liquidez e dinheiro barato” durante o período pandêmico, com juros muito baixos e até alguns subsídios. Mas a “empinada” das taxas afetou o varejo inteiro e, ainda que tenham implementado políticas de austeridade, algumas empresas não estão conseguindo suportar o impacto das despesas financeiras em seu fluxo de caixa operacional.