Um processo de falência que já se arrasta há 29 anos promete ainda estar longe de solução. Como a reportagem do Estado de Minas mostrou na edição do dia 9/5, a liquidação de bens e direitos da mineira Construtora Marialva para seus credores, fornecedores, trabalhadores e sócios esbarra na falta de transparência, em acusações de desvios e calotes contra advogados e administradores judiciais para formação de esquemas de enriquecimento.
Um dos casos que o projeto de lei de falências (PL 3/2024) aprovado na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado pode impedir no futuro, principalmente por tirar dos juízes a escolha de administradores da massa falida e transferindo isso aos maiores interessados, que são os credores.
Enquanto isso, há processos milionários que seguem sob desconfiança das partes. Dois escritórios de advocacia concentram a maioria dos processos de falência e recuperação judicial em Minas Gerais, segundo apuração da reportagem do Estado de Minas junto à Justiça. Juntos, Paoli Balbino & Balbino, de Otávio Paoli Balbino, e Osmar Brina & Sérgio Mourão – Advogados, de Sérgio Mourão Correa Lima, administram cerca de 80 casos, entre os quais se destacam os da Mineradora Samarco, 123 Milhas, Banco Progresso e Consórcios Uniauto.