Os pedidos de recuperação judicial feitos por produtores rurais que atuam como pessoa física dispararam no primeiro trimestre. Ao todo, houve 106 solicitações no período, segundo levantamento da Serasa Experian, número bem superior aos 17 pedidos que ocorreram nos três primeiros meses do ano passado.
A queda dos preços das commodities, quebras de safra decorrentes de problemas climáticos e os gastos com insumos são as principais razões para o desequilíbrio nas contas dos produtores.
Apesar do forte crescimento do número de pedidos judiciais no campo, Marcelo Pimenta, que lidera a área de agronegócio da Serasa Experian, acredita que esse quadro está muito longe de caracterizar uma crise no setor. “O número de pedidos é baixo [em relação ao contingente total de produtores], e a maior parte dos proprietários rurais continua atuando normalmente”, disse.
A região Centro-Oeste concentrou o maior número de solicitações. Mato Grosso liderou o ranking, com 53 pedidos, e Goiás apareceu em segundo, com 16.
Segundo a estimativa mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2023/24, a produção de grãos do Centro-Oeste deve ter uma queda de 11,4%, em razão de episódios de seca e das altas temperaturas. Em Mato Grosso e Goiás, o declínio deverá ser de 8%.