Os credores do grupo goiano Cotril aprovaram o plano de recuperação judicial da empresa, que já foi uma das maiores confinadoras de gado bovino do país. A dívida envolvida na recuperação judicial, de R$ 284 milhões, terá deságio de 87% e será paga em até 25 anos.
A aprovação ocorreu nas quatro classes de credores presentes à assembleia geral na semana passada: trabalhistas, credores com garantia real, quirografários (sem garantia real, incluindo financeiros) e credores microempresas.
Segundo o advogado Daniel Machado Amaral, sócio da Dasa Advogados, que conduz o plano pelo lado da Cotril, a maior parte dos créditos da recuperação judicial está com os credores quirografários, que detinham R$ 253 milhões.
Para essa categoria, há duas propostas de pagamento. Para os credores parceiros financeiros, a quitação será em duas parcelas após cinco anos de carência. Para os demais credores, a proposta aprovada prevê o pagamento ao longo de 20 anos, com dois anos de carência.
Para quitar a dívida, a empresa pretende transformar suas fazendas em Goiânia em condomínios residenciais, de acordo com o advogado. “Ao longo dos últimos anos, eles ficaram com ativos próximos às áreas urbanas da cidade, que são muito valorizadas, e por isso essa ideia de fazer condomínios”, disse Amaral.
As atividades ligadas ao agronegócio serão deixadas quase totalmente de lado pelo grupo. O confinamento, que já teve 1 milhão de cabeças entre os anos de 2010 e 2015, não passa de 800 atualmente. Ainda segundo Amaral, uma pequena propriedade manterá o plantio de soja.
O grupo Cotril também perdeu nesse período a concessionária de máquinas agrícolas da John Deere em Goiânia. Na ocasião do pedido de recuperação, as dificuldades financeiras foram atribuídas também ao movimento de concentração das concessionárias.
Com a aprovação, o plano de reestruturação será submetido ao juízo da recuperação judicial para ser homologado. Após a homologação, os prazos de cumprimento das cláusulas se iniciam.
Fonte: Globo Rural