Empresa fundada em 1967 chegou a ter 1.000 franquias em 2008 e hoje deve R$ 57 milhões
A Casa do Pão de Queijo entrou, na última sexta-feira, 28, com pedido de recuperação judicial. O valor acumulado da dívida é de R$ 57.496.189,82. O valor inclui contas de luz não pagas da fábrica da empresa, que corre o risco de parar a produção se a energia for interrompida. O processo está a cargo do juiz Leonardo Manso Vicentin, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem do Fórum João Mendes, na capital paulista.
Em nota emitida por sua assessoria de imprensa, a empresa afirmou que foi fortemente impactada pela pandemia de Covid-19, pela alta de juros e pelo clima. Em relação à pandemia, a Casa do Pão de Queijo diz que o evento a “obrigou a suspensão de atividades por razões sanitárias com a consequente perda de produtos, sem uma contrapartida suficiente em termos de aluguéis de lojas, pagamento de funcionários e contratos com fornecedores”.
A empresa também credita o cenário macroeconômico pouco favorável. “Em especial com os juros altos que afetaram não apenas a companhia, mas também vários setores da economia, notadamente o varejo”. Outro fator elencado envolve o clima, que levou a “perda de receitas relevantes”, diz a Casa do Pão de Queijo.
O pedido de recuperação judicial visa, segundo a empresa, “uma ampla e negociada solução para a situação financeira atual, de modo a permitir à direção da empresa honrar todos os seus compromissos”.
A Casa do Pão de Queijo informou ainda que as operações da companhia devem continuar normalmente na fábrica, nas lojas próprias e nas franquias, e que, inclusive, deve abrir novos pontos de venda. “Também estão previstos lançamentos de produtos no final do ano, como de costume”, diz.
O pedido inicial da ação, assinado pelos advogados Odair de Moraes Júnior e Cybelle Guedes Campos, pede para que o caso seja tratado pela Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 4ª Região Administrativa Judiciária (RAJ), em Campinas. O motivo é que a matriz da empresa é em Itupeva, onde também funciona a sua fábrica e área de competência da 4ª RAJ.